Postado em 14/11/2019
A fenilcetonúria é um problema de base
genética que afeta uma em cada 10 mil crianças nascidas no mundo e impede o
consumo rotineiro de alimentos fontes de proteína. Em abril, uma pesquisa,
feita com 228 pacientes e cuidadores de todo o país, o objetivo foi entender os
principais impactos e dificuldades
impostos pela doença no dia a dia.
A fenilcetonúria é caracterizada
pela ausência ou falha de uma enzima que permite aproveitarmos as proteínas dos
alimentos. Com isso, passa-se a acumular no organismo uma substância, a
fenilalanina, que é tóxica ao sistema
nervoso e pode causar comprometimentos mentais e cognitivos.
O tratamento se baseia numa dieta
restritiva e no uso de fórmulas de
aminoácidos para garantir os nutrientes de acordo com a idade e o peso. Uma
parcela dos pacientes ainda pode se beneficiar de um medicamento de uso diário
que ajuda a modular os níveis da
fenilalanina no sangue.
E é aí que aparecem as dificuldades apontadas pelos participantes da pesquisa,
que contou com o suporte de duas associações de pacientes, a Safe Brasil e a
Mães Metabólicas. Segundo eles, a falta de acesso a alimentos hipoproteicos, a mudança nas fórmulas oferecidas pela
rede pública, a restrição alimentar e a indisponibilidade da medicação são os
principais entraves no controle da doença
atualmente.
Ainda mais alarmante é a visão do público a respeito de como o Brasil está
preparado para atender quem tem a condição. Para 62% dos entrevistados, o país
não está nada apto nesse sentido.
A falta de medicamento foi
considerado, pelo estudo, um aspecto
preocupante. Também chama atenção a falta de assistência neuropsicológica:
70% dos pacientes nunca passaram por testes do tipo e parcela significativa não
conta com o suporte de um psicólogo.
Na pesquisa, foram expressivos os índices de ansiedade, irritabilidade e
dificuldade de organização no dia a dia. Para saber mais sobre a doença, procure um médico especialista.
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